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Médicos do Hospital São Jorge falam sobre diabetes e hipertensão
Separamos as entrevistas em duas partes. Na primeira, você confere as respostas do especialista em Clínica Médica e Diretor Geral do Hospital São Jorge, Dr. Jorge Rezeck. Sobre diabetes.
Para falar de hipertensão, o médico e Diretor Clínico do hospital, Dr. Noel Arantes de Souza Junior, respondeu a uma série de dúvidas que serão publicadas na segunda parte da matéria.
Diabetes Melito (DM) é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. O nível de glicose no sangue fica alto gerando a famosa hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca as células beta do pâncreas. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, enquanto normalmente deveria ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que concentra entre 5 e 10% de pacientes com a doença.
O Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Entre o Tipo 1 e o Tipo 2, foi identificado ainda o Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA). Algumas pessoas que são diagnosticadas com o Tipo 2 desenvolvem um processo autoimune e acabam perdendo células beta do pâncreas. E há também o diabetes gestacional, uma condição temporária que acontece durante a gravidez. Ela afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê.
Sim. Há a necessidade de consultas médicas periódicas – O famoso check up, para identificar casos novos ou propensos a desenvolver o DM (o pré-diabtético). Além disso, adotar hábitos de vida saudáveis como a prática regular de exercícios físicos e realizar uma alimentação saudável contribuem para evitar o aparecimento desta doença.
Pode sim. Por ser considerada uma doença metabólica e auto-imune, deve-se pesquisar sempre doenças que podem caminhar junto com a DM como doenças da tireoide, hipercolesterolemia, hipertensão arterial sistêmica e doenças reumatológicas.
O tratamento do DM possui na sua base um tripé: Dieta, exercícios físicos e medicações. Os medicamentos para controle do diabetes estão sempre evoluindo e o médico é a pessoa mais capacitada para indicar aquele que se adapta ao seu perfil. Eles ajudam o pâncreas a produzir mais insulina, diminuem a absorção de carboidratos e aumentam a sensibilidade do organismo à ação da insulina. Às vezes, o controle glicêmico só é obtido com injeções de insulina.
Todas as pessoas, tendo ou não diabetes, devem ter uma alimentação saudável, regulando a quantidade de doces e gordura ingeridos, por exemplo. Isso ajuda a manter o peso saudável. E sempre é bom lembrar: se você está acima do peso considerado ideal para o seu perfil, emagrecer vai ajudar muito no controle da doença. E, mesmo que você não chegue ao peso ideal, uma perda de 10 a 15% já representa uma vida muito mais saudável. Pense nisso! Exercícios físicos regulares ajudam a baixar as taxas de glicemia. Quando você gasta energia, o organismo usa o açúcar do sangue em velocidade maior. Além disso, diversas pesquisas já comprovaram que a atividade física favorece o humor, o sono e a disposição para outras atividades, além de evitar doenças cardiovasculares e até degenerativas, como o Mal de Alzheimer, sabia?
Não. Somente os pacientes que apresentam uma produção inadequada de insulina pelo pâncreas que são candidatos ao uso da insulina (seja por via auto-imune ou por via de resistência à ação insulínica).
Sim. Alguns chás (como o chá verde, chá de camomila e o chá de pata de vaca) contribuem para a redução da glicose no sangue, bem como possuem um poder anti-oxidante, o que contribui para uma menor inflamação orgânica com menor risco de complicações desta patologia.
A dieta deve ser equilibrada, seguindo algumas regras importantes:
• Retirar totalmente o açúcar, mel, açúcar mascavo, açúcar cristal, açúcar orgânico de todas as preparações que vão esses ingredientes.
• Não misturar e nem repetir os carboidratos na mesma refeição.
• Prefira o carboidrato de baixo índice glicêmico (integral) ao de alto índice glicêmico.
• Não tomar suco de frutas concentrados.
• Preferir os alimentos diet (cuidado que light não é diet). Os doces diet são boas opções para saciar a vontade de doces. Prefira os chocolates ricos em cacau.
• Dê preferência para os adoçantes naturais (steviosídeo ou sucralose).
• Evite o consumo de bebidas alcoólicas.
O DM que se inicia na infância comumente é o Tipo 1. Possui marcante característica genética, sendo que não foram identificados fatores de risco para o início desta patologia em crianças. Sabe-se que hábitos de vida saudável melhoram a ação da insulina, contribuindo para um retardo no aparecimento desta doença e até mesmo no controle da evolução da hiperglicemia no pré-diabético.
Você é o protagonista do gerenciamento do diabetes. Prepare-se para as consultas – faça sua parte anotando os dados em papel, em tabelas no computador ou em aplicativos no tablet ou smartphone. Estabeleça metas. Saiba que o seu cuidado com o diabetes pode mudar ao longo do tempo, por isso é importante ter um ‘plano de ação’ sempre atualizado.
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